O encontro estava marcado para as 8:30 horas de Sábado, 17 de Setembro, no Campo da Feira e, às 8:52 horas, rodávamos pela Av. dos Combatentes, em direcção à auto-estrada, com destino à cidade de Peso da Régua. Entre Companheiros e convidados éramos trinta e oito.
O tempo ameno fazia-nos prever um passeio agradável, capaz de saciar os olhos e alimentar a alma na beleza paisagística da região que nos propúnhamos percorrer. Mas cheguei a sentir algum temor quando, após alguns quilómetros pela A11, uma cortina cinzenta começou a vedar-nos a paisagem.
Temi o pior. Envolto em nevoeiro este passeio não teria graça nenhuma. Porém, a Providência Divina atendeu o meu desalento e a cortina cor de cinza em breve daria lugar ao céu azul a iluminar a paisagem poderosa da região minhota/transmontana e depois alto duriense, não defraudando os meus anseios e previsões.
Da A11 passámos à A7 e, na Área de Serviço do Alvão, fez-se a primeira paragem para esticar as pernas e fortalecer o estado anímico e físico, já um pouco desgastados, especialmente pela cortina baça que nos envolveu durante bastantes quilómetros, seguindo depois para a cidade do Peso da Régua, para o Museu da Região do Douro, objectivo primeiro no nosso roteiro.
É um museu gerido pela Fundação Museu do Douro, criada em 2006, que tem “como fins a prossecução de actividades culturais, cabendo-lhe a instalação, a manutenção e a gestão do Museu da Região do Douro”. Tem a sua sede na Casa da Companhia. Da Sede, fomos levados para outro edifício onde uma jovem guia, apoiada por um vídeo, gravuras e objectos de uso diário no cultivo da vinha e outros no fabrico do vinho, nos foi falando da história do vinho do Porto, desde Marquês de Pombal, que foi o promotor da Primeira Região de Vinho Demarcada do Mundo - a Região do Vinho do Porto -, da evolução das vinhas e dos utensílios usados no seu cultivo, das crises sofridas e das diversas fases por que passa o Vinho do Porto, até que, douradinho e doce, seja regalo para o nosso paladar.
Tomei aí conhecimento (não sabia), que o Património Mundial não são as vinhas lindas e bem cuidadas, que embelezam a região e fazem dela uma das mais belas do mundo, mas sim os mortórios - espaços mortos pela filoxera, nunca replantados (e que não poderão sê-lo no futuro), onde cresce a flora autóctone - e o rio.
Regressámos depois ao edifício/sede para apreciarmos uma exposição destinada a comemorar os 200 anos de D. Antónia, essa mulher determinada, trabalhadora e forte que, graças à sua coragem e espírito empreendedor, muito fez pelo Douro dizimado pelo flagelo da filoxera, que atacou as vinhas da região, criando riqueza e dando emprego a muita gente.
À saída fomos agradavelmente surpreendidos pela gentileza da Câmara de Mirandela: no jardim do Museu, oferecia o seu delicioso pão, queijo, chouriço, alheira, mel, compotas… aos visitantes e
serviu de "forro" ao estômago, já a pedir aconchego.
serviu de "forro" ao estômago, já a pedir aconchego.
Aproximava-se a hora de dar conforto mais significativo ao estômago e dirigimo-nos então para o autocarro para rodarmos em direcção a Lamego e ao local programado para o almoço; porém os rebuçados também fazem parte da cultura da cidade da Régua e antes de chegarmos ao autocarro lá estava a “Rebuçadeira da Régua” a “oferecer” o seu tradicional produto, que muitos de nós aceitámos com agrado.
Finalmente no autocarro, partimos à procura do Hotel Rural Viscondes da Várzea - um belo edifício entre vinhedos, pomares e olivais, na região de Lamego -, que nos acolheu numa bonita varanda cercada de verdes, com um delicioso almoço composto por pratos tradicionais da região.
Em seguida partimos para a cidade, para uma visita guiada ao “Museu de Lamego” (é assim que se chama), que me surpreendeu pela variedade e riqueza do seu espólio, constituído por pintura, escultura, tapeçaria, arqueologia, mobiliário, arte sacra (especialmente capelas), paramentaria, azulejaria, etc. Excelente, a meu ver.
Em seguida partimos para a cidade, para uma visita guiada ao “Museu de Lamego” (é assim que se chama), que me surpreendeu pela variedade e riqueza do seu espólio, constituído por pintura, escultura, tapeçaria, arqueologia, mobiliário, arte sacra (especialmente capelas), paramentaria, azulejaria, etc. Excelente, a meu ver.
Além das exposições permanentes do Museu, tivemos ocasião de assistir à abertura de uma exposição do pintor António Carmo, pintor “alfacinha” nascido em 1949, com inúmeras exposições realizadas em Portugal e no estrangeiro, intitulada “Encontros e Desencontros”. Manter-se-á no Museu durante os meses de Setembro, Outubro e Novembro.
Fomos nessa altura convidados para tomar uma taça de champanhe no fim da visita ao Museu. Gesto simpático que aceitamos.
Fomos nessa altura convidados para tomar uma taça de champanhe no fim da visita ao Museu. Gesto simpático que aceitamos.
Daí seguimos para a Quinta do Tedo, situada no entroncamento do rio Tedo com o rio Douro (daí o seu nome) pertencente a um casal inglês desde 1992. Fomos recebidos pelo Guia da Quinta, que nos acompanhou numa visita aos lagares e assistimos aí a uma lagarada á moda antiga - a muitos de nós, fez recordar os tempos da infância e da adolescência - e numa visita pelas Adegas de envelhecimento dos vinhos.
Depois levou-nos para uma prova de alguns dos vinhos tintos produzidos na Quinta, e também vinhos do Porto.
As sombras começavam a tomar conta da paisagem e regressámos ao Hotel Rural dos Viscondes da Várzea para jantar.
Numa sala de jantar acolhedora, um buffet bem guarnecido esperáva-nos. Mais tarde chegou e um grupo de três acordeonistas para animar o jantar com modas tradicionais portuguesas e os/as habituais Companheiros/as não se contiverem! Saltaram, como de costume, a fazer o gosto ao pé nas modinhas tradicionais, prenhes de uma salutar energia!
Foi um dia intenso. Repleto de Cultura, Alegria e Amizade.
Ao organizador, CL Jorge Coutinho, os nossos Parabéns e o nosso Bem-Haja.
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